Neste post vou partilhar as minhas notas de leitura do livro Built to Last, de Jim Collins (Empresas de Sucesso, em português).
Já li o livro há dois anos, mas retive boas ideias e bastantes notas. O que segue vem diretamente dessas notas.

"Fazer relógios, não dizer as horas"
Existe o mito de que uma empresa de visão não precisa de um líder carismático, nem de um produto inovador. Na realidade, as empresas de sucesso têm gestores que, através da missão,valores e princípios de orientação, criam mecanismos que perduram para além dos fundadores e líderes.
O autor dá o exemplo de Sam Walton, que criou um sistema de incentivo e encorajamento para os colaboradores darem sugestões de melhoria, e efetivamente implementar as melhores sugestões. Também exemplifica usando o fundador da Sony, que logo de início definiu os valores e a cultura da empresa.
Génio do "E"
Jim Collins afirma que uma empresa de sucesso precisa de ter o génio do 'E', em vez da tirania do 'OU'. Tem de acreditar que é possível ter duas coisas, mesmo que pareçam incompatíveis. Por exemplo: ter uma ideologia nuclear e lucros; tradição e mudança; valores e propósito e progresso.
Uma empresa pode ter uma ideologia nuclear, mas d nada lhe vale se não aceitar a mudança e o progresso.
"Para ter sucesso é preciso liderar essa mudança" - Sam Walton"Não podemos parar de trabalhar" - Henry Ford
Para além de ter uma ideologia nuclear, é necessário criar mecanismos concretos para disseminar a ideologia e o impulso por toda a organização. Preservar o núcleo e estimular o progresso.
Objectivos grandiosos, perigosos e ousados (OGPO)
Há que ter grandes objetivos, quase ridículos. As empresas de sucesso, no início tinham tão grandes objetivos que parecia ridículo. São fruto da visão do fundador/gestor/líder que tem total confiança de que é possível atingir esses objetivos.
Assim que um objetivo for cumprido, deve surgir outro OGPO para manter a empresa a mexer-se, rumo ao progresso.
Mesmo depois da saída do líder, a ideologia mantém-se, mantendo-se também o momentum em direção ao OGPO.
A cultura da empresa
A cultura provém da ideologia e dos valores. Nas empresas de sucesso, é quase como um culto ou uma seita.
Serve para construir uma organização que preserve a ideologia nuclear de forma concreta.
Exemplos de mecanismos de desenvolver a cultura de uma empresa:
- Programas de orientação e de treino (tanto ideológico como prático) - valores, normas, história, tradição
- Centros de formação internos
- Políticas de promoção interna, contratando jovens e formando-os desde a juventude
- Linguagem e dialecto únicos
- Processos de seleção rigorosos
- Prémios, concursos e reconhecimento público
- Penalizações tangíveis e intangíveis para aqueles que não seguem a ideologia
- Celebrar os êxitos, criar a sensação de pertencer a algo especial.
Progresso evolucionário
O progresso evolucionário é uma forma de estimular o progresso. Ao contrário dos OGPO, o progresso evolucionário não é planeado e resulta da capacidade da empresa se adaptar e experimentar ideias novas.
As empresas de visão prepara e planeiam a sucessão da gestão, e contratam internamente.
Têm institucionalizada uma cultura de melhoria contínua - Kaizen. Procuram todos os dias fazer melhor que no dia anterior.
Uma empresa de sucesso tem todos os passos anteriores alinhados e coerentes. Acredito que qualquer empresa pode ter sucesso, mas é essencial uma ideologia enraizada nas pessoas, uma cultura tipo culto, enormes objetivos, progresso evolucionário para que fazer perdurar o sucesso.